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A musica na idade media
A musica na idade media

A música na Idade Média

Com a queda do Império Romano e a implantação do cristianismo, a igreja passa a ter um papel fundamental para o desenvolvimento e evolução da música, pois são os monges que, nos mosteiros e depois dos gregos, continuam a desenvolver a escrita e a teoria musical.

São os cânticos litúrgicos vocais e de transmissão oral que fazem parte do repertório mais usado na musica da Idade Média. Estes cantos litúrgicos variavam nas suas interpretações consoante a raça, a cultura, os ritos e os hábitos musicais dos diversos povos.

Sentindo necessidade de unificar e de fortalecer o cristianismo, São Gregório Magno, monge beneditino e eleito papa em 590, compilou e selecionou uma série de cânticos litúrgicos com qualidade e dignos de culto. Foi neste sentido que reuniu alguns cânticos já existentes e outros de sua própria autoria numa coletânea que intitulou de Antifonário.

A esta forma de cantar deu-se o nome de Canto Gregoriano, que era basicamente uma forma de oração para demonstrar o amor a Deus. Este canto tinha uma melodia simples que seguia o ritmo das palavras.

Nesta época começa a haver uma grande separação entre a música religiosa e a música popular. Uma das grandes diferenças entre elas está nos instrumentos que são usados em ambas. Na igreja apenas o órgão era permitido, enquanto que na música não religiosa ou chamada profana usavam-se: a rabeca, o saltério, o alaúde, a charamela, a flauta, a gaita de foles, a sanfona, a harpa, os pratos, os pandeiros, os tambores,...

A língua usada nos cantos da igreja era o Latim, enquanto que na música popular eram os dialetos próprios de cada região.

Os menestréis eram cantores, músicos e malabaristas que andavam de terra em terra juntamente com os saltimbancos.

Os trovadores eram nobres que compunham música e poesia tendo como tema preferido, para as suas composições, o amor.

A notação musical serviu no início apenas para auxiliar a memória de quem cantava, mas, ao longo dos tempos, tornou-se cada vez mais precisa. Numa fase inicial eram colocados pequenos símbolos chamados neumas.

Mais tarde e de forma progressiva foram introduzidas as linhas até se chegar ao conjunto das 4 que foram inventadas por Guido D’Arezzo, conhecido como sendo um grande teórico da música na Idade Média.Mas, a partir do século XI, o uso da pauta tornou-se habitual.

 

MÚSICA MEDIEVAL: Durante muito tempo a música foi cultivada por transmissão oral, até que se inventou um sistema de escrita. Por volta do século IX apareceu, pela primeira vez, a pauta musical. O monge italiano Guido d’Arezzo (995 – 1050) sugeriu o uso de uma pauta de quatro linhas. O sistema é usado até hoje no canto gregoriano. A utilização do sistema silábico de dar nome às notas deve-se também ao monge Guido d’Arezzo e encontra-se num hino ao padroeiro dos músicos, São João Batista: Ut queant laxit / Ressonare fibris / Mira gestorum / Famuli tuorum / Solvi polluti / Labii reatum / Sancte Ioannes. Com o passar do tempo o Ut foi substituído pelo Dó. O tipo de música mais antigo que conhecemos consiste em uma única linha melódica cantada, sem qualquer acompanhamento. Este estilo é o chamado Cantochão ou Canto Gregoriano. Com o passar do tempo acrescentou-se outras vozes ao cantochão, criando-se as primeiras composições em estilo coral. Além do Cantochão, cantado nas igrejas, produziam-se na Idade Média muitas danças e canções. Durante os séculos XII e XIII houve intensa produção de obras em forma de canção, compostas pelos Trovadores, poetas e músicos do sul da França. As danças eram muito populares em festas e feiras e podiam ser tocadas tanto por dois instrumentos, como por um grupo mais numeroso. Os instrumentos que acompanhavam estas danças incluíam: a viela (antepassado da família do violino), o alaúde, flautas doces de vários tamanhos, gaitas de foles, o trompete recto medieval, instrumentos de percussão (triângulos, sinos, tambores, etc.). Principais Compositores Medievais: Perotin (séc. XII), Leonin (séc. XII), Guido d’Arezzo (995 – 1050), Philippe de Vitry (1290 – 1361), Guillaume de Machaut (1300 – 1377), John Dunstable (1385 – 1453).

Cantochão - melodias simples, sem acompanhamento ou notação rítmica; canções seculares e danças bem ritmadas. Muitas composições baseadas em um cantus firmus tirado de um cantochão, mas algumas peças compostas de forma independente.

Canto gregoriano -A unificação da música litúrgica concebida por São Gregório tornou-se conhecida como Canto Gregoriano.

Uma musica conhecida em uma versão Gregoriana Moderna:  My Immortal – Evanescence

http://www.youtube.com/watch?v=5anLPw0Efmo&ob=av2e

(copie o link para ouvir a musica)

Moteto: O moteto é um gênero musical polifônico surgido no século XIII, onde, inicialmente, usavam-se textos distintos para cada voz. Dessa característica vem a origem do termo, derivado de mot, palavra, em francês. O moteto se tornará uma das grandes formas da música polifônica, sendo o apogeu de seu uso no contraponto modal do século XVI, apesar de sua importância para a música barroca e da recorrência a ele até por compositores românticos.Mantêm até os nossos dias.

Canções para o Povo A forma musical do século XIII foi o motete (do francês mot, que significava palavra), cuja essência consistia na introdução de textos profanos em vernáculo. Na França, Espanha e Inglaterra encontramos hinos na língua nacional, não em Latim, e música profana escrita e composta com verdadeira sofisticação. 
Que a música popular era sofisticada, já se sabe através de Gerald Cambrensis, escritor galês de 1175 que observa que numa reunião de compatriotas seus eram ouvidas tantas composições vocais quantos os cantores presentes. Pode-se ter certeza de que alguns deles acompanhavam seu vizinho, tal como se faz hoje, e que harmonizavam em terças e sextas - esses intervalos melífluos (que flui como mel; suave, brando; doce) que a Igreja desprezava mas que, mais tarde, compositores ingleses espalharam pela Europa. Imitavam também a melodia do cantor que estava a seu lado, criando depois um cânone, como em Sumer is icumen in, e posteriormente Three blind mice e London's burning ?. O conceito decânone é, ao mesmo tempo, intelectual e ingênuo. A criança fica encantada e fascinada ao descobrir que resulta harmonia quando alguém segue a melodia começada pelo companheiro; o compositor erudito deleita-se com a criação de tais complicações, levando-as assim ainda mais longe.

 

O processo de unificação, e sobretudo, de implantação, foi progressivo e lento, dando lugar a diversas exceções em que foram reconhecidas liturgias não gregorianas. É o caso do Canto Visigótico, que passou a ser conhecido por Canto Moçárabe; termo anacrônico, anterior à invasão da península espanhola pelos árabes que se conservou até 1071, quando foi abolido por Gregório VII. Nos fins do século XI, esta modalidade só era praticada em poucas Igrejas, mas foi recuperado pelo Cardeal Cisneros, que fundou a capela moçárabe da Catedral de Toledo (Espanha) e editou o Missale e o Breviarium, cantos moçárabes em 1500 e 1502, respectivamente.

Ao regulamentar o canto litúrgico cristão, mantém-se o princípio da homofonia, ao qual se acrescenta a ausência de acompanhamento instru-mental. É destas características que vem o nome deCanto Chão, (do latim, Cantus Planus) utilizado pela primeira vez como sinônimo de canto gregoriano por Jerônimo de Moravia, por volta de 1250. Porém, o termo não é muito adequado para denominar o canto religioso dos séculos XVII e XVIII

O sistema musical do Canto Gregoriano baseia-se no sistema chamado Modal, embora tenha sofrido adaptações sob a forma estabelecida pelos gregos. A primeira diferença é a do sentido, descendente para os gregos e ascendentes no gregoriano. Nas duas formas, coincidem no número, oito, em sua origem. Nestes casos, os ímpares se conhecem como autênticos e os pares como Plagales, por derivarem dos primeiros. Juntaram-se, no século XVI, os modos maiores e menores da música posterior, bem como os respectivos plagales. Assim se chegou aos doze modos, chamados: dórico, hipodórico, frígio, hipofrígio, lídio, hipolídio, mixolídio, hipomixolídio, jónico, hipojónico, eólico ehipoeólico. O fato de ter utilizado, para os oito primeiros, as denominações gregas foi a causa de que se generalizara a idéia da sua correspondência com os modos gregos.

Mantinha-se a homofonia e o ritmo era baseado na pronúncia silábica. Introduziram-se as mudanças com as quais a nota podia corresponder a uma sílaba ou a um conjunto de sílabas, surgindo a vocalização. Foram-se acumulando este e outros "desvios" com o decorrer dos séculos até ao Motu Proprio do Papa Pio X, no princípio deste século que implicou uma revisão e reconsideração de todo o corpo gregoriano, libertando-o de todas as "impurezas" acumuladas pelo tempo.